sexta-feira, agosto 26, 2005

Quando não se quer trabalhar

É incrível, quando não se tem vontade, espírito ou imaginação para trabalhar, qualquer coisa que esteja a dar na televisão é importante! Neste momento, mal consigo desviar a atenção do programa que estou a ver, para escrever este post. Um documentário sobre carrinhas de caixa aberta... no mercado americano...

quinta-feira, agosto 25, 2005

Ajudar e não discordar?

Posso dizer que actualmente fico contente quando o estímulo mais pequenino, neste caso as patacuadas que ouço na tv, é uma boa desculpa para escrever um post. Para além de ser uma forma de não pensar na minha vida ocupando a minha cabeça com coisas inúteis enquanto não estou a escrever o relatório, e mesmo quando o estou a escrever, é também uma forma de desenvolver a minha capacidade de argumentar contra as asneiras que se dizem por esse mundo fora (mesmo que, neste caso, seja na telenovela da tvi, tão recheada de pontualidades brilhantes, que eu bem gostaria de saber se são culpa do guionista da novela ou do próprio actor que resolve ser "brilhante").
"Os amigos servem para ajudar e não para discordar"
Acredito que nem toda a gente tenha a mesma opinião, que pessoas diferentes, com culturas diferentes, acreditem que "ajudar e não discordar" são coisas complementares. Na minha cabeça não são. Na minha cabeça, os amigos servem para ajudar e para discordar. Porque a melhor coisa que posso esperar de um amigo é que tenha a "coragem" de discordar e discutir comigo naquilo que não concorda, naquilo que acha que estou a fazer mal, que tenha a "coragem" de me dizer aquilo que eu posso "não querer ver". E que tenha a "coragem" de levar comigo da mesma forma.

Querido Spam,

Esta é uma experiência ao Spam, querido, estou a contar contigo. Prova que eu tenho razão.

Print screen

Ontem ensinaram-me uma técnica muito engraçada de "imprimir" o écran do computador, com a tecla print screen. Toda a gente já a deve conhecer, mas no meu caso permitiu-me partilhar a merda que estava prestes a fazer ao meu computador.
O mais engraçado é que esta técnica pôs-me a pensar. E se em vez de imprimir o écran do computador, fosse possível imprimir aquilo que os meus olhos estão a ver agora, e mostrá-lo à pessoa que, por exemplo, fala comigo pela net. Seria, assim, muito mais fácil, partilhar o meu mundo com os outros.
Qual webcam qual quê!
Se bem que depois havia o inconveniente de verem realmente o meu "ambiente de trabalho".
Por exemplo, no meu caso seria uma perna engessada em primeiro plano, uma cama com papéis espalhados e o monitor em segundo, complementado por uma televisão a dar "a mulher do astronauta" e uma ventoinha a funcionar (sim, sao duas da manhã e a ventoinha está ligada...).

Qual é farsa? Estar apaixonado ou não estar?

Se colocarmos um indivíduo apaixonado e um não apaixonado num ringue virtual de discussão, qual deles é a farsa?
A questão é que quando se está apaixonado o mundo muda, porque antes não estávamos apaixonados e agora vemos as coisas de maneira diferente.
Mas qual é a farsa? É viver e ver o mundo sem sentir a "flôr" no estômago quando se pensa em alguém? É achar que toda a gente estaria melhor se tivesse alguém? Ou pelo contrário, estar melhor sozinho? Eu cá estou farta de viver num e noutro. Estou farta de às vezes acordar e pensar: "É melhor assim" e acreditar. E estou farta de outras vezes acordar e pensar: "É melhor assim" e saber que estou a mentir, hoje foi um dia desses.

terça-feira, agosto 23, 2005

Make my day

É triste quando o ponto alto do nosso dia é ver o anúncio da Olá do Zezé Camarinha. Ou então, é triste quando o nosso dia não tem pontos altos, a média de pontos é negativa, e o ponto mais alto encontra-se próximo do 0, mas do lado negativo. Ainda estou para ver onde me encontro.

Mãos de quem não trabalha

Finalmente fez-se luz! Descobri a vantagem de ficar na cama o dia todo e ter como único objectivo ler e escrever papaias no computador: as fracas possibilidades de partir as unhas, permitindo um cuidado diário com as ditas cujas. Agora sim, tenho mãos de quem não trabalha. Isto porque, efectivamente, aquilo que faço se resume a absolutamente nada. Acabaram-se os calos e o verniz estalado. Quando tudo o resto falha, as mãos começam a ficar impecáveis. Enfim, não se pode ter tudo.

segunda-feira, agosto 22, 2005

O pão do pobre quando cai ao chão cai com a manteiga p'ra baixo!

A beleza indiscritível da filosofia de esquina. A minha vida em 14 palavras.

Vocês que estão lá quando preciso de andar, companheiras!

São só duas. Este é daqueles casos em que por mais que fossem dez, não saberia onde as meter...

domingo, agosto 21, 2005

Querido computador,

Venho por este meio agradecer-te o facto de me teres avisado que ias: "encerrar inesperadamente". Obrigada pelo aviso.

Perónio partido, rotura de ligamentos, luxação e mais sei lá o quê

A questão mais pertinente a colocar, no fundo no fundo, resume-se a: “Porque é que eu ainda não aprendi a cair?”, sendo que já o faço há uns anitos.

Outras questões também se poderiam colocar, do género: “Porquê eu?”, “Que fiz eu para merecer isto?”, “Porquê em Canas?”, “Porque é que mulheres, vestidas de amarelo, nos tocam no ombro à medida que somos empurrados de maca para dentro do hospital e nos dizem: ‘Pelo menos está viva!’?”. Mas, na verdade, simplesmente não lhes quero saber resposta.

Ouvir, às 5h da manhã palavras como: perónio partido e rotura de ligamentos, acompanhadas de operação, e, porque não, juntem-lhe “Aqui não porque não é de cá!”, alegram a manhã de qualquer um/a. Mas, vá, eu não sou qualquer uma. Eu não fiquei contente. E, não fosse o estado alterado em que me encontrava, provavelmente não teria vivido de forma tão calma a espera de duas horas, deitada numa maca, num corredor de hospital e a viagem de ambulância até à terra natal (depois prolongada para a terra vizinha porque o hospital da terra natal não tinha ortopedista). Se bem que calma poderá não traduzir de forma correcta o meu estado. Essa seria certamente a minha percepção. Vá, chorei um bocadito quando tive que ver os meus amigos a irem embora, e gritei um bocadito quando lá me puseram o pé no sítio, mas também me ri (“Ao menos esta é engraçada a berrar!”), e, pronto, fiquei um bocadinho obcecada com uns questionários. Mas também, não foi nada de mais. Se bem que estranhei a pergunta do médico: “Quer um calmante?”. “Não Sr. Dr., eu estou óptima, só vim aqui porque tenho um problemazito em pousar o pé no chão! Ah, e outra coisa… ESTÁ COMPLETAMENTE VIRADO PARA O LADO DE FORA! Mas de resto está tudo bem.”. Escusado será dizer que levei o calmante, imaginem lá onde, e não fez absolutamente nada.

Voltando ao que interessa, a verdade é que ainda não aprendi a cair. De todas as compilações de comportamentos suicidas que já fiz questão de obter, o chão esteve sempre presente. Sempre gostei do alcatrão, p. ex., às 6 horas de uma madrugada de Verão tem o seu quê de quentinho e aconchegante. Mas a verdade é que a terra nunca foi o meu forte. Cair na terra… huummm… não me cheira. Ou melhor, cheira-me que foi isso que me lixou! Não fosse a bela da festa de 15 de Agosto na terra nua e crua, nada disto teria acontecido. E, provavelmente, não teria originado a situação, que originou o sentimento, que deu origem ao post anterior. E o mundo seria um sítio melhor para viver, e eu não estaria atracada à cama, com talas provisórias na perna, à espera de saber se sou operada, agarrada ao computador, a tentar acabar/ começar o relatório que vai mudar a minha vida, e, neste exacto momento, a perder tempo a escrever um post que, no fundo no fundo, não tem jeito nenhum.


Mas, o que eu queria mesmo era desperdiçar tempo. E queria acrescentar que, enquanto agarrada ao Gonçalo, a dizer/ gritar: “Pro fabor, ajuda-me!”, a coisa que mais me intrigou foi o facto de olhar para baixo e verificar que por mais que tentasse endireitar a perna, o pé, esse doido, continuava a apontar para o lado esquerdo, como quem diz: “Olha que giro, o palco!”.

Não pensar

Será que admitir vai-me fazer sentir melhor? Não sei, mas sei que não quero. Se sofrer tudo de uma vez quer dizer que deixas de me magoar, que deixas de estar no meu coração, então não quero. Prefiro fingir que continuas do meu lado. Prefiro fingir que não tens bateria. Prefiro fingir que o que me disseste é verdade. Prefiro saber e não me importar que aceitar a verdade mais tarde vai doer mais, e fingir, que pelo menos agora, que preciso de ti, estás comigo.