terça-feira, janeiro 05, 2010

o dia depois de hoje

Estive a ler as previsões do meu horóscopo para 2010. São boas. Sucesso profissional que poderei medir mediante o meu empenho no trabalho. Novas amizades, boas amizades, profundas amizades. Uma dessas amizades um dia poder-se-á tornar o meu grande amor.

Se calhar já o conheci em 2009. Mas como ainda não era 2010 tive de esperar um ano para me fazer amiga dessa pessoa.
Sinto uma certa pressão de encontrar essa pessoa que vai ser minha amiga e depois algo mais. Algo melhor. Algo bom.

Ou então não.

Acho que as pessoas passam demasiado tempo preocupadas, primeiro com os relacionamentos que não têm, depois com os relacionamentos que têm, depois com os relacionamentos que perderam por causa do relacionamento que têm, depois com os relacionamentos que têm e por fim com os relacionamentos perfeitos que só foram perfeitos pelo tempo que passaram e existiram. Acho que as pessoas passam demasiado tempo preocupadas.

É impossível não nos preocuparmos. Vivemos durante 70 anos, com qualidade física se tivermos sorte, e estamos preocupados em manter uma sanidade mental associada a prefixos de uma sociedade perfeita que não existe. Somos estúpidos.


Até agora, a única coisa que aprendi com este novo ano é que está tudo igual e que me custa muito escrever 2010 dado o hábito de escrever dois zeros seguidos. Esperemos pelo dia de amanhã.

segunda-feira, dezembro 28, 2009

um conceito ou preconceito

Fui ao dentista hoje.

Tenho agora um dente cuja humanidade persiste porque tem a raiz...

Continuarei humana com um dente Robocop? Poderei continuar a ser mulher com tanto chumbo na boca?

Será que com esta dúvida a Igreja aceitaria que me casasse? Afinal um casal serão um homem e uma mulher, não um homem e uma mulher de chumbo...

sexta-feira, dezembro 25, 2009

mãe natal

Ontem à noite vesti-me de "pai natal" para alegrar uma menina de 2 anos e meio e outra de 1.

Tinha um gorro, barba, casaco e calças vermelhas. Estava irreconhecível, até que a minha sobrinha de 2 anos e meio me viu e ficou boquiaberta. Estava tão irreconhecível que cheguei a acreditar que ela achava que eu era o pai natal. Até que alguém lhe perguntou quem eu era e ela respondeu: "É a aiana..." muito devagarinho e a medo.

É caso para dizer que eu sou tão inesquecível que nem vestida de pai natal passo despercebida. Ou então que os primeiros cinco minutos que a minha sobrinha me mirou de boca aberta estava a pensar: "Mas que é esta idiota andou a fazer?!"

Prefiro acreditar na primeira...

quarta-feira, dezembro 16, 2009

gripezinha

Ora, eu sou da opinião que metade da população portuguesa já teve gripe A.


Por exemplo, quase todos os dias saio do trabalho com os olhos a arder...
Fico febril com metade das coisas que me dizem durante o dia...
E também gostava de ficar uns dias em casa sem que ninguém me pudesse ver...


Com certeza que há-de ser gripe... Ou falta de juízo.

terça-feira, dezembro 01, 2009

sobre aquele momento antes da mudança

Um pequeno instante comprido em que sinto nostalgia por um passado que ainda não passou. A mudança é certa, sentida e querida, mas fica a mínima vontade de me agarrar atrás.

Passa rápido. Não passou?

É nestas alturas que a maioria das pessoas peca por ter falado cedo de mais. É claro que queremos mudar. Não estamos bem onde estamos. Mas no final são poucos os que se conseguem mesmo agarrar à vontade que originou o mecanismo da mudança.

Tomamos uma decisão e somos arrastados pela corrente que se forma onde não temos de pensar, só seguir o instinto da nossa vontade. Quando chega a altura de concretizar é quando voltamos a pensar. Foi tudo tão rápido. Se calhar não estava tão mal. Podia ficar assim mais uns tempos.

Não podias. Ou melhor não devias. E só lá vais ficar se te deixares prender pelo medo.

Porque não? Porque sim.

segunda-feira, novembro 30, 2009

mais um ano que passou, e de repente...

Fiz idade há pouco tempo.

Tenho um ex-namorado que me envia uma mensagem de feliz aniversário todos os anos desde que acabámos. Já lá vão 6 anos se não me engano. Nos primeiros 3 anos devem ter sido mensagens nos anos e no Natal. Algumas chamadas que eu atendia. Deixei de atender e deixei de responder.

Há 3 anos mandou-me uma mensagem a pedir conselhos. Achei que já era abuso e quis mandar uma mensagem para me afastar definitivamente. Pus aspas na mensagem que ia mandar e escrevi no final: "que achas?". Queria mandar a mensagem para uma amiga e ter uma opinião sobre a clareza daquilo que estava a dizer. Enganei-me e mandei a mensagem para ele. Adivinhou o que eu estava a fazer e refutou aquilo que tinha escrito. Reuni a vergonha assumida em coragem e disse que apesar do erro a mensagem era sincera e era sincero o corte que queria fazer. Não lhe desejava mal mas há coisas que deixavam de fazer sentido e um passado que não me interessava desenterrar. Fui sincera e disse-lhe adeus. Ficou revoltado e respondeu-me que se era verdadeiramente uma mulher que lhe deveria mandar um toque para falar com ele. Não mandei, não respondi. Voltou a insistir e disse que apesar do adeus nunca iria desistir de recuperar a minha amizade. Não respondi.

Este ano a tradição mantém-se. Mais uma mensagem que mostro sempre às minhas amigas. Dizem que o texto é diferente, que está mais maduro, que pela primeira vez pediu desculpa.


Eu não quero saber. Gostava só que me deixasse em paz. Gostava que parasse de me lembrar da pessoa que eu fui e que nunca mais quero voltar a ser.


Eu sei que os teus contactos são os mesmos, que a tua morada é a mesma, que o teu telefone é o mesmo. Aliás, os dois primeiros não sabia e o último só o guardo porque não quero atender o telefone um dia e descobrir que és tu e que só atendi o telefone porque apaguei o teu número...

sábado, agosto 02, 2008

porque é que as pessoas precisam de férias

Não me perguntem a mim. Principalmente estas férias. Principalmente as férias que toda a gente tira ao mesmo tempo. Estapafúrdio.

A verdadeira piada está em ir de férias quando mais ninguém está de férias. Há coisa melhor de saborear do que um dia na praia sabendo que os colegas de trabalho estão todos enfiados no escritório? Qual sentimento de rejuvenescimento e vontade de aproveitar ao máximo um tempo que só nós temos para desfrutar qual quê!

É só por causa disso que eu bati com o pé no chão e, nestas férias, vou ficar em casa. Mas é que é só por causa disso, mesmo...