Isto sou eu, nos momentos em que menos gosto de mim
Todos os dias que ligo a televisão um pedaço dos EUA entra-me pelos olhos adentro. Todos os dias que isto acontece, eu relembro-me daquilo que faz deste país a América e que me relembra aquele sentimento de pura aversão a tudo o que tenha origem lá. Passados cinco segundos reconheço o quão cínica sou mas não consigo deixar para trás o sentimento geral de arrepio na espinha. Apesar das particularidades maravilhosas que se possam encontrar, o espírito americano revolta-me e esta revolta é de tal forma incapacitante, que por vezes esqueço-me de saudavelmente não ter sentimentos negativos em relação ao que desconheço totalmente ou, pelo menos, em grande parte desconheço. Já tentei perceber porquê, e ontem li aquilo que nunca consegui dizer, curiosamente, de um escritor norte-americano, Paul Auster:
"este grande país, um sítio estupendo (...) é também o mais hipócrita. A América está condenada à frutração de nunca conseguir atingir pela prática os ideais que defende." *
Provavelmente o sentido da afirmação não é aquele que vou prosseguir, mas para mim, isto evidência a recusa colectiva e individual de cada cidadão dos EUA em ver os buracos da existência humana, dos quais partilham, e a sua pretensa auto-suficiência como castradora e limitante. Isto define muito bem, para mim, o espírito americano.
* Para além das habituais revistas cor-de-rosas, o notícias magazine é agora a minha renovada leitura dos domingos de manhã. Gosto, excepto uma coluna de opinião, que parece mudar de assunto de vez em quando, mas nunca muda de tema. E é logo a primeira.
"este grande país, um sítio estupendo (...) é também o mais hipócrita. A América está condenada à frutração de nunca conseguir atingir pela prática os ideais que defende." *
Provavelmente o sentido da afirmação não é aquele que vou prosseguir, mas para mim, isto evidência a recusa colectiva e individual de cada cidadão dos EUA em ver os buracos da existência humana, dos quais partilham, e a sua pretensa auto-suficiência como castradora e limitante. Isto define muito bem, para mim, o espírito americano.
* Para além das habituais revistas cor-de-rosas, o notícias magazine é agora a minha renovada leitura dos domingos de manhã. Gosto, excepto uma coluna de opinião, que parece mudar de assunto de vez em quando, mas nunca muda de tema. E é logo a primeira.
4 Comments:
Olá Adriana!
Compreendo a tua irritação e desilusão para com o espirito americano, mas não acreditamos na auto-determinação dos povos? Será que os americanos não estão a defender os interesses deles? Será que não é mania nossa, ou inveja, termos a presunção de que o americano médio é ignorante e que nós europeus somos os cultos, os defensores dos principios morais e eticos pelo qual se devia reger o Mundo? E no fundo não passamos de umas marionetas com a ilusão que controlamos os nossos movimentos.
Já para não falar na sociedade portuguesa, que esta sim, deveria merecer todo o nosso tempo de reflecção... mas não... nós gostamos é de olhar para o umbigo dos outros...
gostei do teu blog, vou passando por cá.
Aguardo a tua visita.
beijocas do
Pantufa
Ora bem Pantufa,
eu nunca disse que o americano médio é ignorante, nem tão pouco fiz comparações. Aliás, não acho que aquilo a que me referi como "espírito americano" tenha a ver com questões de inteligência. Aquilo a que me refiro é presunção, no sentido de se presumir algo que não se é, em relação a valores e ideais.
E já agora, se tenho opiniões sobre mais do q a sociedade portuguesa, porque não também falar sobre elas?
:)
Olá Adriana!
o meu comentário não tinha intenção de ser desagradável, até porque não nos conhecemos e não é meu modo de estar.
E tens toda a razão em escrever sobre as tuas diversificadas opiniões.
Como te disse gosto da tua escrita, e vou continuar a passar por cá...
Pantufa
Eu respondi porque achei que fui mal interpretada no post. Não porque achasse o teu comentário desagradável. Aliás, comenta p'ra frente, por alguma razão está aqui o blog :D
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