A doença da insegurança
Porque é que não confiamos em nós próprios o suficiente para confiarmos nas outras pessoas?
Na verdade, quase ninguém, se é que alguém, verdadeiramente "põe as mãos no fogo" por outra pessoa. Mesmo que em voz alta professarmos o valor da nossa confiança em quem mais, supostamente, nos conhece, fazêmo-lo com um saquinho de segurança no coração. Há sempre a hipótese de sairmos magoados. Isto é doentio. Primeiro porque o futuro é imprevisível, e não podemos exigir dos outros aquilo que nós próprios não conseguimos oferecer: a estabilidade e a certeza de se saber que existem certas e determinadas coisas que nunca se farão.
Isto não quer dizer que devemos passar a vida a desconfiar de toda a gente, mas sim que, no que toca a integridade e moral, "somos todos uma bela bosta".
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