quarta-feira, novembro 02, 2005

Voar

É daquelas coisas que, em essência, poderia arriscar dizer que tenho a certeza nunca vou experimentar. Não soubesse eu as partidas que a vida nos prega, até tiraria a ínfima dúvida da afirmação anterior. Mas não tiro.

Tirando desportos aéreos, bungee jumping, andar de avião, ou simplesmente queda livre de, sei lá, um prédio de 20 andares, voar é inacessível ao ser humano. Não temos asas e o nosso corpo, basicamente, não foi feito para isso. Quero continuar a acreditar que o homem não conquistou os céus. Anda, nada, mas não voa, pelo menos não sozinho.

Excepto nos sonhos. Nos sonhos somos capazes de tudo, inclusivé voar. Sem auxílios exteriores, somos capazes de voar, não porque temos asas, mas simplesmente porque sim.

E qual é o grande significado que vulgarmente se atribui aos sonhos em que se voa? "Você é sonhador(a) demais ou exageradamente ambicioso(a)". Para além do "sonha que voa porque quer fugir dos seus problemas".

Não sei, não faço ideia, e sinceramente não quero saber. Não controlo aquilo que sonho. Se pudesse, voava sempre que fecho os olhos para dormir. A mim, simplesmente, sabe-me bem sonhar que consigo levantar voo, voar por cima das árvores, voar por cima das nuvens. Às vezes é bom tirar os pés do chão e sentir o corpo mais leve que o pensamento, mesmo quando o pensamento está vazio.


PS: Por mais estranho que pareça, era mesmo isto que eu queria escrever...

4 Comments:

At 10:12 da tarde, Blogger Adriana said...

please... don't bookmark me, I'm really not that good :S

 
At 4:58 da tarde, Blogger A Mulher said...

Imagina a merda (pior) que já tinhamos feito à Terra se pudessemos voar. E como é que se coordenaria o trânsito de humanos no ar? Podemos ultrapassar-nos de muitas outras formas, únicas. E há quem lhes chame "voar". Eu chamo.

 
At 8:13 da tarde, Blogger Adriana said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 8:17 da tarde, Blogger Adriana said...

merda, lá está a salvaguarda metafórica que me esqueço de fazer.

 

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