sábado, novembro 12, 2005

Eu e a minha memória

Eu sempre soube que tenho uma memória que não serve a ninguém, sou capaz de me lembrar dos pormenoras mais ridículos mas das coisas que realmente me dariam jeito, nada. Então aquelas porcarias que é suposto uma pessoa lembrar-se horas depois de alguém dizer “Faz-me isto, às tantas horas não te esqueças de fazer aquilo” é o descalabro total. Raramente me lembro de fazer as coisas que me pedem, não sei se por conveniência mas é uma coisa que, muito honestamente, não consigo controlar.
Ontem, deitada às escuras no quarto, pronta para dormir, mas com algumas dificuldades em fixar o sono, descobri que os meus problemas vão muito além de pequenas falhas/esquecimentos em tarefas ou pedidos de terceiros. Eu chego, efectivamente, ao cúmulo de me esquecer das coisas um segundo depois de pensar nelas. Estou a falar daqueles pensamentos soltos que às vezes temos e que se pararmos um bocadinho para os agarrar até podem ser coisas interessantes. Na maioria das vezes, nem os consigo apanhar. Aquilo que me acontece é que só me lembro da sensação de pensar “Ei, boa ideia! Pera lá, eu pensei em quê mesmo?”. É triste, mas eu não tenho qualquer tipo de moral para ficar chateada por se terem esquecido de me trazer o copo de água que pedi quando alguém foi à cozinha e voltou de mãos a abanar. O que vale é que ainda posso esperar que voltem para o ir buscar. É o mínimo, e eu faço questão de o fazer, é o que me safa.