segunda-feira, novembro 07, 2005

O q fazer quando se esquecer do seu livro em transportes públicos:

Esqueceu-se você, mas n s esqueceram os outros!

De certeza que todos já passaram por estas embaraçosas situações e os que não passaram das duas uma: ou não lêm ponto final, ou não utilizam transportes públicos. De qualquer maneira, fazer uma viagem com uma duração superior a meia hora, às vezes uma hora basta, é do mais entediante que há quando:
- estamos sozinhos;
- está pouca gente no transporte que estamos a utilizar (mais regularmente o comboio, o autocarro/táxi não é muito propício a leituras e excluo os aviões por falta de experiência pessoal);
- não temos um telemóvel que nos entretenha;
- não temos livrinhos de passatempos;
- não temos qualquer pedaço de papel que proporcione uma leitura interessante que faça com que o tempo passa mais rápido.

A mais importante a analisar e dada a aconselhamento é quando, por exemplo, nos esquecemos do nosso livro, aquele interessantíssimo que nos vai ajudar a suportar o cheiro a suor e o ressonar do vizinho do lado, o corte das unhas do vizinho da frente e o descascar de laranjas ou qualquer outro citrino do vizinho na diagonal.

A saber:
1º Procurar um lugar em que o vizinho do lado esquerdo ou direito não partilhe do nosso problema de esquecimento;
2º Suspirar para cima da respectiva pessoa de forma a que esta se incomode de tal maneira que tenha de chegar o pescoço para o lado dando-nos visão privilegiada das páginas do livro (o ideal será uma pessoa sentada num lugar ao lado da janela de forma a não ter para onde fugir com o livro);
3º Murmurar várias vezes um sinal de surpresa/interesse, qualquer coisa deste género: Hummm, Ah, Oh... de forma a dar a entender que partilhamos a leitura do nosso vizinho e estamos a gostar;
4º Por último, pedir, discretamente, ao dono do livro que o "chegue um bocadinho pró meio, porque você tem muito bom gosto em livros e este é particularmente interessante".

A partir desta altura já nos podemos considerar "donos" da leitura, sendo permitidos certos caprichos:
- Tome conta da velocidade com que as páginas são viradas, não tenha medo de exclamar o seu direito a ler mais devagar que o próximo;
-Tome igualmente conta da distância a que o livro se encontra da sua cara, há que ser respeitado no que concerne aos limites de visão, chega de discriminação;
- Caso não tenha iniciado a leitura nas primeiras páginas do livro, não tenha medo de questionar acerca daquilo que já foi lido, a culpa não é sua que não saiba o que ficou para trás;
- Se não conseguir compreender a explicação que lhe for dada, faça o necessário, pegue você no livro e procure o que quer saber;
- Se se deparar com resistência por parte do "dono" do livro simplesmente diga em voz alta: "já não há respeito!", de certeza que irá angariar a simpatia e solidariedade de muitos dos presentes, quem sabe no final da viagem levará para casa um livro novo!

Nota da autora: É de referir contribuição de um jovem brain.