As figuras tristes que se fazem aquando de viagens de comboio com duração superior ou igual a duas horas
Cinco anos volvidos, alguma resiliência é ganha contra o sono que nos tenta vencer quando as viagens de comboio duram mais do que hora e meia. Na maioria dos casos, o uso da inteligência serve para aprender que é escusado tentar não adormecer porque acabamos sempre por fazer figuras mais do que tristes. Na melhor das hipóteses, reside sempre esperança na tentativa de adormecer com alguma dignidade. Tentamos a posição o mais confortável possível, esperamos que o revisor nos pique o bilhete (é sempre triste ter que ser acordado pelo toquezito no ombro seguido de um: "Bilhete se faz favor."), nunca mas nunca esticamos o pescoço para não incomodar terceiros com o som terrível que avisa que o sono chegou. Caso consigamos a proeza de reunir estas condições, temos a certeza que irão ser duas horas que passarão à velocidade do som (ok, não tão rápido, mas quase...).
Mas às vezes as coisas não correm bem. E por mais que se tente, não existe posição correcta, o revisor nunca mais chega, e pescoço lá vai ter que ficar esticado (sempre é melhor do que as insistentes pendidelas de cabeça no vizinho do lado...). E aí sim, o pior acontece. O motor da motorizada dos nossos avós ganha vida, e nós próprios somos acordados pelo barulho ensurdecedor da nossa "noite" mal dormida.
Aconteceu-me hoje. O truque é cagar no assunto e continuar a ressonar. Os outros que se lixem, eu quero mas é dormir descansada!
3 Comments:
Eu fui a dormir no ombro da Patrícia... adormeci ao som de um "estes gajos que andam a meter os fogos por essas matas fora haviam de levar com uma G3 em cima e cair que nem coelhos". Lindo.
Acontece-me o mesmo sempre que faço viagens longas de combóio, ou de autocarro, ou mesmo de carro... enquanto vou a conduzir :)
Ora aí está a vantagem de ter a carta... a possibilidade de adormecer ao volante. Certas e determinadas pessoas não podem usufruir desse privilégio... eu por exemplo!
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