quinta-feira, janeiro 31, 2008

Uma vida de sentido.

Tenho uma estátua fluorescente da virgem maria
Que me dá confiança e brilha à noite
Tenho os joelhos magoados
O calvário dos fiéis devia ser menos árduo
Tenho trezentos e sessenta e cinco santos
Numa caixa calendário daquelas
Em que cada dia tem um chocolate
Tenho um lencinho branco
Onde limpo as lágrimas
Enquanto assisto a uma vigília via tv

Tenho uma estátua fluorescente da virgem maria
Que me dá confiança e brilha à noite
Tenho os joelhos magoados
O calvário dos fiéis devia ser menos árduo

Às vezes quando o vapor é muito
Tenho o salvador no espelho
Deito-me de consciência limpa
Não me esqueci das velinhas
Nem de deixar a moedinha na caixa
Dormirei o sono dos justos
E talvez não acorde
Quando o galo da minha vizinha cantar três vezes
E o meu senhorio o tentar apedrejar

Sinto-me bem
E deus queira que consiga não me masturbar

Tenho uma estátua fluorescente da virgem maria
Que me dá confiança e brilha à noite
Tenho os joelhos magoados
O calvário dos fiéis devia ser menos árduo