quinta-feira, março 30, 2006

Palavras antigas

"O que é que cria a insegurança e o descrédito em afirmar em nós aquilo que nos faz ser algo de bom? E se já nos tiverem confirmado as desconfianças, e se já nos tiverem provado que o nosso valor é negativo? Somos burros em acreditar nas pessoas em quem confiávamos? O que quer que seja que me vá devolver a vontade de acreditar que tenho valor, é ridículo pensar que algum dia vou olhar para o espelho e não duvidar que algumas das palavras que já me dirigiram eram, pura e simplesmente, verdadeiras. As minhas palavras são tão vazias quanto sinto a minha alma."

terça-feira, março 28, 2006

É lógico, mas não deveria fazer sentido

Pela única razão de tentar compreender o porquê da existência de certos programas televisivos, parei o zapping na tvi enquanto estavam a dar as notícias diárias do Circo das Celebridades. Escusado será dizer que não ficou lá muito tempo. De resto lembrei-me do filme que deu ontem de madrugada nesse mesmo canal, EdTV, e associei a exploração abusiva para além de limites racionais de programas e o seu final desastroso quando já mais ninguém os aguenta, mesmo. O problema é que parece-me que há sempre alguém que aguenta. De resto veio-me à memória uma entrevista ao director da programação da tvi (julgo eu) em que o questionavam sobre as decisões relativas ao horário de determinadas séries, nomeadamente, as que passam para além da uma da manhã. A resposta, resumidamente, apontava como principais razões a decisão de valorizar a produção nacional e arrastar para horários insónicos programas que seriam praticamente de visionamento exclusivo de uma faixa etária mais jovem e que fica, portanto, acordada até mais tarde. É bastante lógico. O que não é nada lógico é que a minha mãe, com os seus 51 anos, faz parte da população que aprecia algumas das séries tardias da tvi e que não as vê porque se deita às 21h da noite. E mais, também não fica três horas acordada a ver o desfile de novelas que começava depois do telejornal, mas que agora tem de esperar pelo Circo de Celebridades. Pois, são as audiências, não são?


Só pus esta imagem aqui porque a primeira vez que a vi sofri uma paragem cerebral de aproximadamente cinco segundos. Depois disso só consegui pensar que não tinha nada a dizer para além de simplesmente olhar.

quinta-feira, março 23, 2006

Tempos diferentes

É primavera, e já é não é hoje que a primavera começou, no entanto foi preciso estar a ver futebol para me aperceber de que é primavera. Chegou o tempo dos passarinhos a chilrear, do cheiro a flores, do céu azul com algumas nuvens brancas, de um sol que já aquece que não é brincadeira, da roupa mais clara e menos acabrunhada. Lembro-me de, quando pequena, contar os dias até começar a primavera, de ficar secreta e expressamente contente com a chegada de uma estação diferente, como se isso fosse mudar o que quer que seja, como se a mudança de estação se traduzisse, efectivamente, numa mudança radical do tempo, da temperatura e do estado de humor. Mas mais que isso, nesses tempos, acreditava piamente que assim que dissesse à minha mãe que já era primavera, ela iria ignorar o frio que fazia lá fora e a chuva que não parava de cair e iria deixar que eu me vestisse como se já fosse verão.

domingo, março 19, 2006

Um texto escaganifobético*

Já é para aí a quarta ou quinta vez que começo a escrever um post e a meio do caminho apago-o, ou então começo a escrevê-lo no word e não chega a sair de lá. Para não falar da quantidade de rascunhos que tenho aqui, com tendência a aumentar. Este por exemplo, é um bom candidato para rascunho.

Tenho a ligeira sensação de que existe um tempo para tudo na vida. Para além disso, considero os seres humanos dos seres mais voláteis, inseguros e pouco confiáveis que há. Aliás, querer-me-á parecer que a única coisa que nos safa e ao mesmo tempo nos destrói é a inteligência. Por isto, pouca coisa pode ser considerada constante e as vontades, desejos, apetites e, muitas vezes, as características pessoais de cada um dependem do estado de saturação a que estamos sujeitos. Daí a dependência pela constante mudança. Demasiada estabilidade ou demasiada instabilidade produzem monotonia, originando o desejo de mudança. Um nível óptimo de estabilidade/mudança é coisa que não acredito que exista, porque, a longo prazo os níveis de saturação são atingidos, abalando os pilares de segurança anteriores. Tudo isto para dizer que, sempre que falamos e dissertamos sobre nós próprios e tudo o que num momento ou noutro faça parta de nós, estamos, inevitavelmente, a a fazer referência ao que fomos.

Por isso estamos em constante mudança, e só somos incapazes de ultrapassar o passado e sermos diferentes na medida em que nos limitamos a construir muralhas à volta do que já passou.

E então, somos aquilo que fazemos? Ou aquilo que somos não é ditado pelo que fazemos? Ou é tudo uma grande mixórdia e a pergunta tem nada a ver?
Não me parece que a acção defina uma pessoa. Acho que o nosso comportamente é, em parte, a nossa investigação empírica do potencial que temos. E através de ensaios e erros vamos descobrindo aquilo de que somos capazes. Ou seja, se por vezes fazemos merda não é porque sejamos uma merda, mas talvez seja mais porque merdas acontecem.

É por isto que aquilo do Eu sou assim, o que queres que eu faça?! comigo não cola.



PS: Não fiz por ser coerente, nem tão pouco por fazer sentido no que quer que seja que disse...

* O post foi uma desculpa esfarrapada para meter esta palavra...

segunda-feira, março 13, 2006

Auto-propaganda

Geralmente, são as pessoas que conhecemos mais superficialmente que se oferecem como ideais para serem categorizadas. O conhecimento profundo de alguém é incompatível com a noção única e exclusiva de um rótulo. Mas no final, todos somos homens e mulheres, e temos uma coisa que indiscutivelmente nos une: uma capacidade ilimitada de justificarmos porque somos diferentes dos outros, e em última instância porque somos melhores. Mesmo quando nos referimos a nós próprios de forma negativa, secretamente uma pontinha de orgulho se levanta eu sou assim, eu sei que sou assim, mais não seja porque há algo definido na nossa forma de ser. Somos únicos.

Isto tudo porque hoje li um artigo sobre mulheres, e sobre a beleza, e sobre como a verdadeira beleza, aquela que é mais bonita, é conhecer alguém aos pouquinhos e ver essa pessoa se transformar, e blá blá blá, e como a autora é exímia na arte de ser assim e blá blá blá. No fundo, por mais que queira concordar com o que é dito, cheira-me sempre a auto-propaganda.

domingo, março 12, 2006

Só mais uma maneira de ser

Há uns dias atrás, tive uma saudável discussão sobre o sombrio, sobre a tendência para a depressividade e para o cultivo do sofrimento inútil e individual. Eu admito que sou assim, admito que estranho olhar-me ao espelho e não ver por cima dos meus ombros o peso do meu pensamento. Apercebo-me também que conheço algumas pessoas que partilham comigo este prazer moído em reviver o sofrimento e em deixar que nos marque de formas irreversíveis. É provável que toda a gente tenha esta tendência numa ou noutra altura da vida, é provável que muita gente utilize o direito à depressão como forma de chantagem e de chamada de atenção. No entanto, para alguns, o cultivo é sincero e pessoal e, de preferência, não depende nem envolve a observação de terceiros ou sequer o seu reconhecimento pela validade do nosso sofrimento. Na realidade, a solidão do ciclo vicioso em que sozinhos pintamos o mundo é a última razão pela qual queremos incomodar. Disseram-me É porque somos sensíveis que somos assim, é porque nos apercebemos das pequenas coisas, das pequenas mudanças no ambiente, no nosso ambiente que, logicamente, ponderamos o que virá. Sabemos do nosso canto e do porquê de ele estar lá, achamos que ninguém nos compreende porque, no fundo, o canto que construímos tem dono e é onde nos sentimos mais verdadeiros. Porque cultivamos a nuvem cinzenta que paira no nosso semblante, que muito raramente deixa passar o sol, e que nunca depende de alguém para além de nós. É o nosso reduto, e preferimos a melancolia do som ao céu aberto. Não somos incapazes de estar bem, mas conhecemos de cor o que é estar mal, e, simplesmente, também estamos bem com isso.


PS: Eu falo em nós, mas é mais um eu do que outra coisa qualquer.

Um bocadinho de nada

Pôr do sol na praia das Caxinas

Orion


Dos poucos pontos de referência que sempre achei que tinha quando olhava a escuridão do meu tecto. Sempre soube onde estava e sempre a chamei pelo nome errado...

Pequenas obsessões

Há medida que o tempo vai passando e vamos aprendendo a automatizar os comportamentos mais frequentes, a nossa memória vai enfraquecendo relativamente àquilo que fazemos. Sei que aqueci o leite no microondas e que o aqueci em dois minutos, mas não me recordo de marcar o tempo, não consigo precisar os movimentos exactos que realizei e se me perguntarem se tenho a certeza de que foram dois minutos, não posso dizer que sim porque na realidade não tenho memória disso. A mim, isto costuma acontecer-me com as mensagens. Sei para quem quero mandar a mensagem, sei o que devo ter feito para escrever o número de destino, mas assim que a mensagem é enviada, não me consigo lembrar se mandei para a pessoa certa. Antigamente era tudo mais simples porque recebia relatórios de entrega da mensagem, com o telemóvel que tenho não consigo fazer isso. E assim fico em dúvida até que a pessoa em causa se lembra de me responder. Mas é que fico mesmo em dúvida, é que já não é a primeira vez que mando as mensagens para as pessoas erradas. Mas o pior é que quando isso acontece as mensagens nunca são de chacha e param sempre nas mãos erradas.

sábado, março 11, 2006

Natureza Morta


Porque, ultimamente, as minhas palavras não me têm dito nada...

Porque é bonito e porque, para mim, faz todo o sentido

todo o amor do mundo não foi suficiente
porque o amor não serve de nada.
ficaram só os papéis e a tristeza,
ficou só a amargura e a cinza dos cigarros e da morte.
os domingos e as noites que passámos a fazer planos não foram suficientes e
foram demasiados porque hoje são como sangue no teu rosto,
são como lágrimas.
sei que nos amámos muito e um dia,
quando já não te encontrar em cada instante, cada hora, não irei negar isso.
não irei negar nunca que te amei.
nem mesmo quando estiver deitado, nu, sobre os lençóis de outra
e ela me obrigar a dizer que a amo antes de a foder.

José Luís Peixoto

segunda-feira, março 06, 2006

Raispartaocaralho, o primeiro a chegar quando não interessa para nada!

Melhor Argumento Adaptado
- Brokeback Mountain (Por acaso ficou muito bem dito pelos premiados, nesta edição dos oscares, quem não tivesse oportunidade de ter agradecido a toda a gente nos globos de ouro ou nos bafta, que aproveitasse agora para terminar...)

Melhor Argumento Original
- Colisão (Engraçado, não tenho nada a dizer sobre isto...)

Melhor Realização
- Brokeback Mountain (Acho que há uma parada por aí pronta para sair à rua... Mas, é bom, para quem não viu mais nenhum filme, é bom.)

Melhor Filme
- Colisão (Ora aí está a grande surpresa da noite. O único que eu não acertei, e o único que lhe meteram música por cima para calar os agradecimentos. A parada ficou indoors.)


Eu não disse que o melhor desta brincadeira toda ia ser o apresentador!!

Melhor Filme Estrangeiro
- Totsi (Parece que a academia não teve tomates para premiar o filme polémica de um palestiniano, Paradise Now, não fui eu que disse isto, tirando a parte dos tomates, não fui eu que disse isto.)

Melhor Montagem
- Colisão (Este é aquele filme onde entrou toda a gente... tudo ao molhe e fé em Deus, parece-me que sim, a montagem deve ter sido importante.)

Melhor Actor Principal
- Philip Seymour Hoffman (Previsível, muito previsível... ouvi dizer que ia ladrar quando agradecesse o oscar, não vi nada, só muito tremelico.)

Melhor Fotografia
- Memórias de uma Gueixa (Estas gueixas... tou a ficar sem papaias para mandar.)

Melhor Actriz Principal
- Reese Witherspoon (De certeza que aquilo foram mais do que 60 segundos... Fora isso, eu gostava de ver um actor que agradecesse a si próprio, era giro.)

Parece-me que se proibissem as pessoas de agradecer os oscares, a cerimónia ficava bem mais curta. Era uma boa solução.

Melhor Mistura de Som
- King Kong (Porque é que eu continuo a não me arrepender de não ter visto este filme...)

Prémio de Carreira
- Robert Altman (Lily Tomlin e Meryl Streep, até agora, a apresentação do oscar que valeu pelo facto de serem actrizes)

Melhor Canção Original
- It's hard out here for a pimp (Aparentemente isto foi muito estranho e a academia foi muito pouco convencional. Aquilo que eu tenho para dizer sobre isto: uhuhuh. Adorei os agradecimentos, não percebi o que quer que seja do que foi dito.)

Melhores Efeitos Sonoros
- King Kong (O macaco fazia muito barulho, ao que parece...)

Melhor Direcção Artística
- Memórias de uma Gueixa (Ganhou o gajo que dirigiu as chinesas todas que fizeram de gueixas, que escusado será dizer são japonesas. Já agora, fica a nota de que o filme não vai ser exibido na China porque os chineses não acharam piada a esta brincadeira.)

Os discursos do pessoal da academia também deviam ficar pelos 60 segundos...

Melhor Banda Sonora
- Brokeback Mountain (Eu ia dizer "primeira vitória gay!", mas se calhar não é muito do meu género, ou então é... Fora isso, sim, a banda sonora é boa, a dos outros não sei.)

Há uma coisa que sempre me intrigou acerca dos oscares todos estes anos que vejo a cerimónia e prende-se com o facto de serem actores que apresentam os prémios. Eu pergunto-me, ora se eles são actores, o que é que lhes custa decorarem a porcaria do textito que têm de desbobinar?


Melhor Documentário Longa-Metragem
- Marcha dos pinguins (Eu só queria dizer que não vi nenhum dos documentários, mas adivinhei o vencedor. Para além do que havia lá um com uma participação de um português e esse de certeza que não era. E já agora não ouvi nenhum a agradecer aos pinguins...)

Melhor Caracterização (conhecer aqueles nomeados era algo que me daria bastante jeito...)
- As crónicas de Nárnia (foi triste, a senhora nem teve tempo de agradecer, o gajo usurpou tudo, e aquilo que eu mais queria era saber os nomes, os nomes!!)

Melhor Actriz Secundária
- Rachel Weiz (porra, quem já viu o raio dos globos de ouro, escusa de perder tempo com isto...)

Acho que o pessoal do Chicken Little foi do melhor que há em apresentadores, até agora...
Falharam foi a dizer o nome dos vencedores, que não se ouviu em lado nenhum. É por causa destas coisas correram sempre tão bem que eu gosto de ver isto. Opá, não fosse o facto dos agradecimentos durarem 60 segundos eu mudava de canal!

Melhor Guarda-Roupa
- Memórias de uma Gueixa, que ao que parece foi uma surpresa. Para mim foi, que não vi nenhum dos nomeados e ouvi dizer que o filme é uma merda. Mas não é isso que interessa, parece-me...

A Passadeira Vermelha
- Comentários de chacha sobre os filmes
- "Oh my God!! That is a wonderful dress!! You look so beautiful!!"
Isto foi a passadeira vermelha, uma hora disto e pouco mais antes da cerimónia. Uma hora que eu fiz questão de ver...

Os comentadores da tvi e aquilo que eu percebo daquilo que eles dizem "blá blá blá...". Ah, e também apanhei que o público norte-americano não gostou dos filmes deste ano, mas parece que os europeus gostaram... (este comentário foi daqueles tipo palmadinha nas costas dos realizadores dos filmes dada pelos europeus que esconde um "finalmente estão a aprender...")


O Apresentador: Jon Stewart
Opá... bom, muito bom, riso muito riso e muita gargalhada! Acho que posso acabar a maratona por aqui, provavelmente já deu o que tinha a dar...


Melhor Actor Secundário

- George Clooney em Syriana (blá blá blá, muito honrado e eles lá nos EUA são todos muito pra frentex, blá blá blá. Acho que preferia a lista de nomes...)

Melhor Efeitos Especiais
- Um monte de gajos pelo King Kong (um egoísta que não deixou os amiguinhos agradecer... tss tss tss)

Melhor Filme de Animação
- Wallace and Gromit (acho que cronometraram o discurso em casa...). Raisparta, dos poucos filmes que vi e não ganhou o Corpse Bride.



Neste momento está a Dolly Parton a cantar, que muito sinceramente parece um cartoon, um par de mamas em cima de duas estacas...

domingo, março 05, 2006

A pseudo-xiba dos Óscares


Porque o tempo livre me permite, vamos lá ver se eu vou fazendo uma actualização dos principais acontecimentos de uma noite que não interessa a ninguém, ou que no mínimo deveria interessar a muito menos gente. Fica aqui a promessa, que, caso não seja cumprida, resultará no retirar deste post do blog. Eu sou assim, muito pouco dada a falsos virtuosismos de promessas feitas a mim própria.

Podíamos ser mais estúpidos?

Acho que nós, enquanto espécie humana, somos incapazes de aprender com os erros que cometemos. Tudo o que não permanece na nossa memória imediata não nos aconteceu a nós. Passamos a vida a convencermo-nos de que a melhor forma de aprender é a cometer erros, mas será que há erros que vale a pena cometer? Eu falo por mim, às vezes nem com os meus erros aprendo, quanto mais com os erros dos outros. É por isso que eu digo, qualquer que tenha sido o passado, o futuro repete-o, sempre de uma forma mais refinada. A única esperança é que o período dedicado à aprendizagem do erro, ou a concretização do próprio erro, seja progressivamente mais curto.

sexta-feira, março 03, 2006

Eu também sei disso...

"... e há coisas que não se perguntam. Vêem-se logo, mas não se deve falar delas para continuarem a existir."

Na tua face, de Virgílio Ferreira

Os problemas dos géneros

Assumindo que as mulheres são umas chantagistas no que toca a convencer o homem (enquanto seu companheiro) do que quer que seja necessário convencer, neste caso através do choro (e arriscar-me-ei a dizer que não são todas assim, mas pronto, para o que interessa seriam muitas) poderíamos assumir que a razão pela qual isso acontece é porque, obviamente, funciona. Então e funciona porque a mulher é exímia na sua arte de chantagear o sexo oposto, ou será um problema inerente ao sexo oposto? Eu arriscaria a dizer que a razão pela qual funciona tão bem pode ser atribuída ao síndrome do cavaleiro andante, uma necessidade inexplicável do homem de ajudar qualquer mulher que se encontre em apuros.

Eu tenho uma teoria...

Eu acho que tanto as mulheres como os homens vivem tão convencidos de que são diferentes e passam tanto tempo a tentar prová-lo e a confirmá-lo, que se esquecem de ser pessoas. No fundo andam a tentar provar o óbvio, pura perda de tempo...

A noite dos Óscares

Não sei bem porquê, mas acho que perdi a vontade de ter piada, ou no mínimo, de achar piada aquilo que escrevo, e tenho andado demasiado introspectiva. Preciso de me concentrar nos outros para ver se me esqueço de mim. Por esta razão tenho-me concentrado em procurar zonas de interesse que não correspondam a buscas interiores em que chego a conclusões brilhantes sobre porque faço isto ou porque sinto aquilo. Às vezes, ignorar as razões que fazem de mim eu própria é o melhor que tenho a fazer.

Posto isto, não é que estão aí os óscares?! É verdade, ainda há muito pouco tempo estive eu a fazer uma maratona para ver a entrega de uns prémios que no fundo valem pouco mais do que aquilo que valem, e são dos espectáculos mais fantásticos em que se farsa tudo quanto é possível farsar, e cá estou eu pronta para maratonar outra vez a noite do próximo domingo. Eu gosto dos óscares. No fundo gosto de confirmar que são aquilo que são, que nem quando tentam ser inovadores conseguem surpreender. Na maioria das vezes, chateiam bastante. Mas mesmo assim eu vejo, e fico sempre muito triste caso não possa ver. Eu gosto bastante, se bem que gosto muito mais quando vi grande parte dos filmes nomeados, o que não é o caso. No fundo, o apresentador é que costuma prender a maioria do meu interesse. Eu não o conheço, o Jon Stewart. Será que presta para alguma coisa?

quinta-feira, março 02, 2006

Uma última viagem

Às vezes acho que se disser as coisas em voz alta o mundo vai conspirar para que acabem.

quarta-feira, março 01, 2006

Com teias de aranha...


Ora aqui está uma música que eu nunca cantei como deve ser...

Zuvi! zuvi zevá, vá vanovi!
Zuvi zevá! vá, vá, vá vanovi.
Zuvi zeva novi? zuvi zeva novi.
Zuvi zava zivi zeva novi!...

Salta no ar, rebola de lado!
Sépia salmão, cheiro alvado...
Salta no ar, rebola de lado!
Sépia salmão, cheiro alvado...

Ele aí cai, zuvi vai ver,
Mirar a montra, sorrir de prazer,
Caixinha, cor, mar, corinto, então?
Ainda a dança jinga na mão!

Taste a mar, hortelã gel,
Rola no ar, patinha no mel!
Taste a mar, hortelã gel,
Rola no ar, patinha no mel!

Ele aí está, zuvi vai ter
Hálito bombom, bom a valer!
Caixinha, cor, mar, corinto, então?
Ainda a dança jinga na mão!

Zuvi zeva zuvi zeva zuvi zeva novi,
Zuvi zava zivi zeva novi ah!
Zuvi zeva zuvi zeva zuvi zeva novi,
Zuvi zava zivi zeva novi ah!

Âh!...Ah!...Zuvi zeva novi?
Ah!...Ah!...Zuvi zeva!


PS: Obrigada a quem me ajudou a chegar aqui :D