quarta-feira, novembro 30, 2005

"Escolha a profissão dos seus sonhos: mude o curso da sua vida"

Numa de me abster de qualquer comentário positivo ou negativo, vou apenas descrever aquilo que encontrei relativamente aos cursos oferecidos pela CEAC:

- Na área de cultura e lazer poderemos encontrar cursos de Decoração, Guitarra, Puericultura, Desenho Artístico, Fotografia e PSICOLOGIA.

Digamos que depois de ler isto, estranhamente, fiquei de boca aberta. Podiam ter explicado melhor, afinal psicologia é cultura ou é lazer?

Aquilo que eu fazia quando era mais pequena para passar o tempo: não muito diferente do que faço agora

"Era uma vez um pequeno peixinho que vivia sozinho num pequeno laguinho. Este laguinho ficava situado perto de uma aldeia muito bonita em que os seus habitantes eram todos muito simpáticos uns com os outros, eram todos felizes. Só o pequeno peixinho que vivia sozinho no pequeno laguinho se sentia infeliz. Não tinha com quem falar, não tinha com quem brincar, pois todos os outros peixinhos já tinham sido pescados.
Os habitantes da aldeia muito bonita sempre tinham gostado de pescar e tinham ficado muito tristonhos quando descobriram que o laguinho não tinham mais peixinhos. Só que eles não sabiam da existência do pequeno peixinho, que vivia sozinho no laguinho.
Um dia um menino resolveu visitar o laguinho onde sem niguém saber vivia o peixinho sozinho.
Quando chegou lá, o menino ficou maravilhado com a beleza do laguinho. As árvores que rodeavam o laguinho eram majestosas e magníficas, as águas do próprio laguinho tão límpidas que se conseguia ver até ao fundo. E foi encostado a uma das belas árvores que rodeavam o laguinho que o menino descobriu o peixinho que vivia sozinho.
Enquanto estava ocupado a observar a ondulação das algas no fundo do laguinho, o menino avistou o peixinho e tentou agarrá-lo, o peixinho aflito lá tentou fugir mas infelizmente não conseguiu. Num acto desesperado, o peixinho dirigiu-se ao menino: 'Por favor não me magoes, eu só quero viver em paz' 'Não te preocupes, eu até nem gosto de peixe'. E então o peixinho contou ao menino a sua história, de como ele vivia sozinho isolado naquele laguinho. O menino espantado prometeu ao peixinho encontrar uma bela companheira para ele.
E foi o que ele fez, e então o peixinho viveu feliz para sempre no seu laguinho com a sua mulherzinha e os seus filhotes, podendo os habitantes da bela aldeia voltar a pescar no seu laguinho preferido."

Alguns apontamentos sobre a minha escrita:
- Não sei qual era a minha idade, mas certamente já devia andar pelos doze, foi escrito ao computador e não com máquina de escrever
- Digamos que nunca me faltou morbidez na invenção de histórias, principalmente no que toca ao final
- Sempre tive um problema em dar nomes às personagens das minhas histórias
- Provavelmente escrevi isto numa altura qualquer em que me obrigaram a comer peixe...

Uma triste atitude face ao mundo...

É a minha atitude. Será que é por causa disso que me lixo tantas vezes? Quem diria...

terça-feira, novembro 22, 2005

A tv volta a fazer das suas

Inspirada por um anúncio televisivo (como sempre...) cheguei a uma conclusão perturbadora (pelo menos para mim...):
Se a maioria das pessoas fossem cegas, e por exemplo, eu fosse a única possuidora de visão a caminhar numa rua movimentada, eu teria muito mais probabilidades (mais do que qualquer invisual que caminhasse igualmente na rua) de ir contra as pessoas...

segunda-feira, novembro 21, 2005

Uma reunião que se aproxima

Esta quinta feira volto a coimbra. Mais do que festejar um aniversário, a desculpa serve para conviver com as pessoas que ficaram longe, para matar saudades das caras familiares e daquilo que já passamos juntas. Pela primeira vez desde que me aleijei no tornozelo vou fazer de conta que ainda faço parte de uma noite que há muito já não é minha. Gostava de conseguir fingir completamente, mas pressinto que para além da companhia que se vai juntar, o resto vou senti-lo como invasão de um espaço que já não conheço. O que vale é que provavelmente só sinto isto nos primeiros instantes do jantar... O resto só depende de uma capacidade inata de dar grandes goles :P

Estou com falta de vontade para viver. E isto não quer dizer que tenha vontade de morrer.

"Love is just friendship on fire"

Ultimamente tenho-me vindo a aperceber que cada vez mais e mais os finais felizes dos filmes me metem muito nojo. Já não se fazem filmes que acabem mal como antigamente. Até aqueles filmes dos dias de hoje em que o herói morre, a amada do herói morre, toda a gente morre menos o herói ou até em que toda a gente morre, chegam a ter finais felizes do tipo "tinha mesmo de ser assim".

Eu sinto saudades de um bom filme em que o final é mesmo inesperado, não só um inesperado dentro das possibilidades mas um inesperado que contemple as impossibilidades, do tipo "agora é que me lixaste" (eu tinha ponderado uma palavra bem mais agressiva em vez de lixast, mas acagaçei-me à última...).

A frase bonitinha que dá título ao post foi retirada de um filme com um final feliz, obviamente. A heroína consegue realizar-se profissional e pessoalmente. Que nojo. Fora isso, a presença desta frase foi das ironias maiores que o filme em causa poderia ter oferecido ao espectador mais desatento: era mesmo muito bonito que a amizade que temos pelo nosso melhor amigo se incendiasse e se transformasse no amor da nossa vida. Eu gosto de acreditar nisso e gosto de dizer a mim própria que sim senhor, é verdade, tem de ser verdade. Mas na realidade apetece-me é dizer "granda papaia!" e ao ver aquele filme e ouvir aquela frase, fez pop out na minha cabeça a seguinte frase: "isso, gozai com a cara dos infelizes... era preciso inventar essas porcarias?! ainda por cima mete-me ali o just numa de 'tão simples que ele é'! tss tss...".

Sou uma desencatada com o amor, estou farta das partidas que ele me prega, mas no fundo nunca quero que me deixe. Só que neste momento, muito sinceramente, põe-te a milhas pá...

Uma opinião legítima

Hoje, durante o bocadinho da minha manhã que "escolho" partilhar com a população da minha terra e "forasteiros" que decidem efectuar uma paragem na papelaria para se abastecerem de papelada imprimida, estive a ler o notícias magazine.
Acho que o que caracteriza, em grande parte, esta publicação semanal são os artigos de opinião, um escrito, inclusivé por um ex-professor meu, que sempre me pasmou nas aulas com a sua sabedoria, charme e voz melodiosa, isto até ao dia em que fiz um exame dele.
Animosidades à parte, geralmente as colunas de opinião levam-me a pensar nas razões pelas quais aqueles indivíduos são experts o suficiente nos assuntos sobre os quais escrevem para que eu queira conhecer as suas opiniões. No fundo, aquilo que, na maioria das vezes separa um indivíduo destes de um cidadão comum, é que, efectivamente, o primeiro pensou sobre o assunto que expõe, opinou e é-lhe dado crédito porque de alguma forma a sua formação vai de encontro, num qualquer nível, com o assunto em causa.
Agora, às vezes, o detentor destas escritas, aumenta os seus horizontes e opina sobre assuntos com a mesma legitimidade que eu. E neste sentido, ler uma destas colunas não difere muito de percorrer a blogosfera, parar num qualquer blog anónimo e ler um post. Afinal a legitimidade é a mesma e não é por estar imprimido que irá ter mais valor.
Às vezes fico a pensar que há por aí muito talento opiniativo do cidadão comum desperdiçado por entre as teias da blogosfera e que para dar uma opinião sobre a sexualidade dos outros também estou cá eu.
Isto tudo só acaba por reforçar a minha ideia de que, no fundo, grande parte das picardias políticas que atravessam a nossa sociedade são tão somente opiniões privadas de homens e mulheres que "controlam" a nossa vida. E a gente que se lixe...

PS: Tenho a ligeira sensação que vislumbro falta de ligações neste post...

domingo, novembro 20, 2005

Merdas minhas...

Só queria deixar aqui marcado para a eternidade (e não faço tensões de apagar este post) que, ao revisitar os posts mais antigos deste blog malcriado, malamado e malmantido, aparentemente, pela comparação da quantidade de comentários no passado e no presente, a minha escrita já foi bastante mais interessante.
Queria igualmente apontar a estranheza de um facto que se revela inteiramente surpreendente para mim: há medida que o tempo passa, aprendo a gostar menos daquilo que escrevo.
Enfim, merdas minhas...

Quando a fome ataca...


...não deixe que uma coisinha pequena como paralisia dos membros o impeça de comer!

Uma confissão muito fraquita...

É verdade, fui apanhada com as calças na mão. Tentei fugir com o rabo à seringa e fui apanhada com a boca na botija. A peneira não foi suficiente para tapar o sol. A minha confissão é a seguinte:

Apaguei um post! Apaguei um post depois de o ter publicado e deixei que ele permanecesse por mais ou menos cinco minutos no blog. Não me senti muito bem com isso e estou a tentar remediar o mal. Isso e o facto de terem lido o post antes de eu o apagar.

É daquelas coisas, escrevi porque tinha uma ideia rebuscada na cabeça e, como tantas outras vezes achei que desenvolvendo-a podia chegar a um lugar que gostasse. Não gostei. Efectivamente não achei piada nenhuma e foi tão puxadito que até diria que mandei pelos ares o meu relativismo e defini demasiado as margens. Não gostei do resultado, mas achei que o devia publicar porque tinha um fundo de verdade. Fui lavar os dentes. Fui lavar os dentes e estraguei tudo. Enquanto escovava para trás e para a frente a dentição do lado esquerdo, maxilar superior, atingiu-me um raio de sanidade e disse de mim para mim, porque não dava jeito falar alto: "Que porcaria, vou mas é apagar aquilo antes que alguém veja...". E apaguei. Só que leram, e eu fui frustrada nos meus intentos de passar despercebida a nódoa do post que tinha escrito e agora estou aqui a fazer um ainda pior para salvar a minha honra, mais perante a minha pessoa do que outra coisa qualquer.

O assunto era a blogosfera e a razão porque as pessoas criam e mantêm blogs. O objectivo final do post era demonstrar que a maioria das pessoas, se não todas, cria blogs porque na realidade este revela-se como uma oportunidade de seguir linhas de raciocínio até ao fim. Linhas de raciocínio que, expostas numa interacção verbal com alguém são facilmente interrompidas, deturpadas, discutidas. Deste modo, a blogosfera surge como um local onde, para além de podermos exibir o nosso orgulho relativamente ao poder da nossa escrita, podemos igualmente exibir um egoísmo latente em ter a palavra até ao fim. Sim, porque embora possa ser contestada, depois de escrita a nossa palavra está dita. Explicado da forma que melhor conseguimos ou quisemos, os outros que por acaso a lerem, irão ter de levar com ela assim.

Por entre muitas outras palavras eu tinha escrito mais papaias. No fundo, este post serve a minha consciência. Como não era um assunto pessoal, como não foi um desabafo momentâneo que posteriormente tivesse desejos de não voltar a ler, mas antes um sentimento podre de falta de qualidade na escrita decidi que era melhor remediar o meu erro. Isso e o facto de ter sido apanhada, claro.

sábado, novembro 19, 2005

Eu e as candidaturas online

Acho que se pode dizer que tudo o que fazemos hoje em dia envolve a internet. Se não envolve, poderia envolver. Sentadinhos numa cadeira em qualquer lugar do mundo, podemos pagar contas, fazer encomendas, até arranjar um emprego. Ou pelo menos tentar.

Parece-me que se deveria dar um crédito extra a quem se candidata a empregos online. Para além do processo normal de construção de um curriculum vitae e uma carta de apresentação/candidatura espontânea, a candidatura online envolve um complexo processo de criação de usernames e passwords interminável. Digo interminável porque o registo inicial num site que nos oferece a possibilidade de receber por e-mail as propostas de várias empresas que anunciam em outros sites implica que, ao entrar em contacto com o anúncio se tenha de efecutar novo registo e adicional criação de username e password se quisermos enviar o curriculum via internet.

Nalgumas situações, caso se tenha feito um registo correcto há ainda que receber por e-mail a confirmação de que este foi enviado e aceder novamente ao site de forma a ser validado.

Caso se esteja a lidar com empresas especializadas em recrutamento e selecção, ou então com empresas que apresentem um serviço de recepção de candidaturas espontâneas online, sempre temos a bela opção de preencher um questionário referente à nossa formação, experiência profissional e outras características importantes que fazem, claramente, parte da informação constante do curriculum que podemos, se desejarmos, anexar à candidatura que efectuamos.

Depois disto tudo, de todo o tempo investido a criar passwords e usernames em tudo quanto é site com ofertas de emprego, chega-se ao fim de uma bela hora, com registos feitos em todo o lado e uma candidatura enviada.

Melhor mesmo é encontrar o anúncio, copiar a morada e a referência e mandar uma cartinha, aquela que fizemos quando decidimos começar a procurar por trabalho e meter no correio. Sempre é mais pessoal, e puxa a presença física de um curriculum ao qual de outra forma poderiam dizer adeus com um simples carregar de um botãozinho.

O primeiro sintoma de que a vida lhe corre bem:


Quando o prato da sua comida é maior do que você...

Apetites


Esta imagem não serve nenhum objectivo político, social, médico ou de qualquer outro tipo. Apeteceu-me...

sexta-feira, novembro 18, 2005

Um aviso...

Eu não tenho nada de muito importante contra as moscas. Sim, há certos animais que eu preferiria que não fizessem parte deste planeta. Mas as moscas é naquela base do não me incomodes. Não me fazes falta, eu não te faço falta por isso agradecia que te mantivesses longe de mim. Eu sei que é difícil, mas tenta, por favor. Eu não aprecio particularmente ter de mandar com a revista contra a parede e esborrachar-te de forma a ter a certeza que não te aproximas. Acredita, pensas que voas rápido, mas as probabilidades de levares com um jornal em cima são muito grandes quando chateias o pessoal de mais. Vai por mim, arranja outro canto.

Fora isso, aquilo que mais me mete nojo nas moscas é a forma como roçam as patas umas nas outras e as roçam nas asas. Arrepia-me. E, certamente, eu teria muito mais respeito por este animal se ele tivesse o bom senso de não fazer estas figuras tristes. Tss tss tss.

PS: Só me lembrei disto porque acabei de observar a bela da mosca a fazer o servicinho no ecran do meu computador. Tinha passado bem sem isso. E esta safou-se porque eu não gosto de esborrachar nada em sítios para os quais esteja a olhar.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Descubra os podres dos seus contactos

Agora com este novo site tem a fantástica possibilidade de descobrir quantas pessoas consideram a sua presença na lista de contactos deles como ofensiva ao ponto de a eliminarem.

Se alimentava sonhos de controlar a sua lista com a famosa opção Bloquear, então acorde, os outros é que não querem falar consigo.

Abra os olhos e sinta-se ridículo ao olhar para a janelinha do msn e verificar que aquele sinalzinho vermelho por cima do bonequinho daquele contacto especial, que você só guarda para ter a certeza que a sua imagem transmitida é de offline, afinal anda a transmitir para o vazio virtual do seu ego.

Ou então, abra os olhos ainda mais ao ponto de conseguir imaginar uma vingança macabra o suficiente a por em prática utilizando esses contactos descarados que tiveram a lata de se achar importantes e de ignorarem a sua pessoa. Afinal, nem sequer teve direito a ser bloqueada.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Daquelas perguntas ridículas...

Pergunta: "Se quando começamos esta relação soubesses que não iria dar certo, tinhas tentado na mesma?"
Resposta: "Claro que sim, morzinho!"

O ser cínico que habita dentro de mim obriga-me a fazer dois reparos, um relativamente à pergunta outro à resposta.

Pergunta: eu diria que quem faz a pergunta ou pensa que a relação não tem futuro, meteu os cornos ou está prestes a meter.
Resposta: claramente responde desta maneira porque ainda não sabe o que aí vem...

terça-feira, novembro 15, 2005

O Crime do Padre Amaro

Aqui vai uma crítica pessoalíssima ao filme:

Negativas
- o som das falas que não parece ter associativo verbal nos personagens
- uma descida do nível linguístico do português muito fracamente conseguida
- algumas personalidades pessoais de actores demasiado salientes
- uma gravidez pobremente contextualizada
- uma rusga policial cómica
- um rapper querias muito ser mas não chegaste nem lá perto

Positivas
- não gostar dos actores quando o que realmente não se gosta é das personagens
- uma Ana Bustorf efectivamente estranha
- as gargalhadas que nem foi preciso arrancar à força
- os três padres men in black
- uma boa história com um bom argumento e uma boa banda sonora

Um filme médio, com rasgos de pretensão hollywoodesca e a pergunta que fica, a ser respondida pela leitura do livro de Eça de Queirós: qual a quantidade de livre que correspondeu à adaptação?

As supostas cenas de "sexo gratuito" cheiram-me a comentários de não reparei em mais nada. Não acrescentam nem subtraem, mas se não estivessem lá muita coisa desaparecia e a polémica sempre foi publicidade, boa ou má...

segunda-feira, novembro 14, 2005

Eu e a minha internet

Numa tentativa desesperada de me manter à superfície desta vaga de quedas constantes e inevitáveis, venho deixar um curto testemunho sobre o falhanço/fracasso enquanto ligação ao mundo exterior que a minha internet tem demonstrado ser:

merda...

sábado, novembro 12, 2005

Eu e a minha memória

Eu sempre soube que tenho uma memória que não serve a ninguém, sou capaz de me lembrar dos pormenoras mais ridículos mas das coisas que realmente me dariam jeito, nada. Então aquelas porcarias que é suposto uma pessoa lembrar-se horas depois de alguém dizer “Faz-me isto, às tantas horas não te esqueças de fazer aquilo” é o descalabro total. Raramente me lembro de fazer as coisas que me pedem, não sei se por conveniência mas é uma coisa que, muito honestamente, não consigo controlar.
Ontem, deitada às escuras no quarto, pronta para dormir, mas com algumas dificuldades em fixar o sono, descobri que os meus problemas vão muito além de pequenas falhas/esquecimentos em tarefas ou pedidos de terceiros. Eu chego, efectivamente, ao cúmulo de me esquecer das coisas um segundo depois de pensar nelas. Estou a falar daqueles pensamentos soltos que às vezes temos e que se pararmos um bocadinho para os agarrar até podem ser coisas interessantes. Na maioria das vezes, nem os consigo apanhar. Aquilo que me acontece é que só me lembro da sensação de pensar “Ei, boa ideia! Pera lá, eu pensei em quê mesmo?”. É triste, mas eu não tenho qualquer tipo de moral para ficar chateada por se terem esquecido de me trazer o copo de água que pedi quando alguém foi à cozinha e voltou de mãos a abanar. O que vale é que ainda posso esperar que voltem para o ir buscar. É o mínimo, e eu faço questão de o fazer, é o que me safa.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Jornais "do sexo"

No fundo, a verdade é que vim para o blog despejar o peso que tenho nos ombros, o sobrolho franzido e os olhos vazios que tenho tendência de ver reflectidos no espelho. Mascarada está a tentativa de escrever alguma coisa a que eu ache piada. Como não me lembrei de um tema específico para desenvolver, achei que começar a escrever e ir escrevendo papaias poderia dar-me alguma ideia brilhante.
Ando desleixada, não vejo o telejornal da tvi, tenho perdido as telenovelas e já nem a tvcabo me entusiasma o espírito aparvalhado com que costumo falar das coisas. Dado o estado descrito, o melhor que consigo fazer, e que me fui lembrando à medida que escrevi as papaias prévias à actual (que eu estou a escrever, mas que outros poderão, eventualmente, ler), é sobre as pessoas que compram jornais ou revistas "do sexo".
Não sei bem se é possível comparar, mas tenho a ligeira sensação de que quem compra o jornal dito pornográfico e preservativos apresenta expressões semelhantes: de vergonha. Em relação aos preservativos toda a gente sabe que se deve usar, há até quem os ofereça, mas mesmo assim as pessoas ainda sentem vergonha quando os compram. Com estes jornais parece-me que a atitude deveria ser a mesma da de quem compra preservativos: qual é o problema?
O que eu queria mesmo era contar um episodiozito que me aconteceu hoje, quando estava ao balcão da papelaria e que já me aconteceu outras vezes. Acho que por se tratar de uma mulher, os homens ficam mais desconfortáveis ao comprarem este género de publicações, até porque vislumbro no olhar descaído de alguns a espera pela minha reprovação. Outros tentam disfarçar o melhor que podem, quase nunca conseguem tratar a revista ou jornal como se fosse a coisa mais natural do mundo e acabam por se atrapalhar. Outros ainda utilizam a abordagem superior, aquela do "eu sou bom, estou à vontade com isto" quase numa de bater-couros.
A melhor forma de descrever:
Estava eu descansadita atrás do balcão quando, apressadamente, entra um homem pela porta. Olha para mim, baixa os olhos, agarra na primeira revista que está à sua frente e afirma que a quer comprar. Dá-me uma nota de cinco euros. Assim que me viro para o lado de forma a fazer o troco, o dito homem diz em meia voz à medida que olha, dá uma passada para o lado e agarra num jornal pornográfico (tudo numa questão de um segundo) "Também levo isto.". Como eu também não adivinho o preço das revistas todas tive de lhe pedir o jornal, criando-lhe uma situação ainda mais desconfortável: abre muito rapidamente o jornal já dobrado e diz o preço em voz alta, suponho que esperando que eu não sentisse a necessidade de o verificar pessoalmente. Não verifiquei, não aprecio especialmente o desconforto de terceiros. Fui ver depois dele sair, já preparada para correr atrás dele e berrar: "Ó meu senhor! O jornal SEXUS é mais caro!". Não foi preciso.
Esta foi a de hoje. Já tive situações piores. Velhotes a meterem-se comigo "É para passar um bom bocado... sabe como é". Jovens a quererem enganar-me com coisas do género: "Posso trocar esta revista? Eu tirei o plástico mas não tem as fotos que eu tava à procura...". E outras tantas, mais do género da descrição exaustiva que já fiz.
O que eu queria dizer é que cada um faz o que lhe apetece e, às vezes, quanto mais se tenta disfarçar pior é.

terça-feira, novembro 08, 2005

Quando a fome ataca...


Por favor, não se vire para o que estiver mais próximo de si...

segunda-feira, novembro 07, 2005

O q fazer quando se esquecer do seu livro em transportes públicos:

Esqueceu-se você, mas n s esqueceram os outros!

De certeza que todos já passaram por estas embaraçosas situações e os que não passaram das duas uma: ou não lêm ponto final, ou não utilizam transportes públicos. De qualquer maneira, fazer uma viagem com uma duração superior a meia hora, às vezes uma hora basta, é do mais entediante que há quando:
- estamos sozinhos;
- está pouca gente no transporte que estamos a utilizar (mais regularmente o comboio, o autocarro/táxi não é muito propício a leituras e excluo os aviões por falta de experiência pessoal);
- não temos um telemóvel que nos entretenha;
- não temos livrinhos de passatempos;
- não temos qualquer pedaço de papel que proporcione uma leitura interessante que faça com que o tempo passa mais rápido.

A mais importante a analisar e dada a aconselhamento é quando, por exemplo, nos esquecemos do nosso livro, aquele interessantíssimo que nos vai ajudar a suportar o cheiro a suor e o ressonar do vizinho do lado, o corte das unhas do vizinho da frente e o descascar de laranjas ou qualquer outro citrino do vizinho na diagonal.

A saber:
1º Procurar um lugar em que o vizinho do lado esquerdo ou direito não partilhe do nosso problema de esquecimento;
2º Suspirar para cima da respectiva pessoa de forma a que esta se incomode de tal maneira que tenha de chegar o pescoço para o lado dando-nos visão privilegiada das páginas do livro (o ideal será uma pessoa sentada num lugar ao lado da janela de forma a não ter para onde fugir com o livro);
3º Murmurar várias vezes um sinal de surpresa/interesse, qualquer coisa deste género: Hummm, Ah, Oh... de forma a dar a entender que partilhamos a leitura do nosso vizinho e estamos a gostar;
4º Por último, pedir, discretamente, ao dono do livro que o "chegue um bocadinho pró meio, porque você tem muito bom gosto em livros e este é particularmente interessante".

A partir desta altura já nos podemos considerar "donos" da leitura, sendo permitidos certos caprichos:
- Tome conta da velocidade com que as páginas são viradas, não tenha medo de exclamar o seu direito a ler mais devagar que o próximo;
-Tome igualmente conta da distância a que o livro se encontra da sua cara, há que ser respeitado no que concerne aos limites de visão, chega de discriminação;
- Caso não tenha iniciado a leitura nas primeiras páginas do livro, não tenha medo de questionar acerca daquilo que já foi lido, a culpa não é sua que não saiba o que ficou para trás;
- Se não conseguir compreender a explicação que lhe for dada, faça o necessário, pegue você no livro e procure o que quer saber;
- Se se deparar com resistência por parte do "dono" do livro simplesmente diga em voz alta: "já não há respeito!", de certeza que irá angariar a simpatia e solidariedade de muitos dos presentes, quem sabe no final da viagem levará para casa um livro novo!

Nota da autora: É de referir contribuição de um jovem brain.

domingo, novembro 06, 2005

Voltar atrás

A pior parte de deslizar a página ou percorrer os arquivos é descobrir que vivo diferente e ao mesmo tempo continuo igual, que sinto diferente, mas que posso voltar a sentir o mesmo. O que supera isso é percorrer páginas que não são minhas e reviver as minhas lembranças nos olhos de outra pessoa.

sábado, novembro 05, 2005

Não te esqueces?

Para mim, a melhor resposta que posso dar a esta pergunta:


O máximo que posso fazer é dizer-te que ouvi o que me pediste, que sei que gostavas muito que o fizesse, e que, caso me esqueça, não leves a peito, não fiz de propósito. Se controlasse as coisas de que me esqueço, simplesmente não me esqueceria e seria perfeita nesse aspecto. Não sou perfeita, por isso a resposta mais directa à tua pergunta é não sei. Não sei se me esqueço, na altura, ou depois, eu digo-te.

sexta-feira, novembro 04, 2005

Boas ideias


Um óptimo uso para calças que já não utiliza. Leve os seus animais a passear!

quarta-feira, novembro 02, 2005

O post comemorativo


E é assim que me sinto depois de acabar a fisioterapia. Basicamente acabou, só isso.

Voar

É daquelas coisas que, em essência, poderia arriscar dizer que tenho a certeza nunca vou experimentar. Não soubesse eu as partidas que a vida nos prega, até tiraria a ínfima dúvida da afirmação anterior. Mas não tiro.

Tirando desportos aéreos, bungee jumping, andar de avião, ou simplesmente queda livre de, sei lá, um prédio de 20 andares, voar é inacessível ao ser humano. Não temos asas e o nosso corpo, basicamente, não foi feito para isso. Quero continuar a acreditar que o homem não conquistou os céus. Anda, nada, mas não voa, pelo menos não sozinho.

Excepto nos sonhos. Nos sonhos somos capazes de tudo, inclusivé voar. Sem auxílios exteriores, somos capazes de voar, não porque temos asas, mas simplesmente porque sim.

E qual é o grande significado que vulgarmente se atribui aos sonhos em que se voa? "Você é sonhador(a) demais ou exageradamente ambicioso(a)". Para além do "sonha que voa porque quer fugir dos seus problemas".

Não sei, não faço ideia, e sinceramente não quero saber. Não controlo aquilo que sonho. Se pudesse, voava sempre que fecho os olhos para dormir. A mim, simplesmente, sabe-me bem sonhar que consigo levantar voo, voar por cima das árvores, voar por cima das nuvens. Às vezes é bom tirar os pés do chão e sentir o corpo mais leve que o pensamento, mesmo quando o pensamento está vazio.


PS: Por mais estranho que pareça, era mesmo isto que eu queria escrever...