segunda-feira, junho 27, 2005

Começar a acabar

Neste domingo passado fiz a minha última viagem de comboio para Coimbra com a certeza de que quando chegar vou encontrar um espaço só meu, pelo qual religiosamente (ou então não) pago. Não me custa muito pensar nisso. Não vejo as coisas como fins. São inevitavelmente as últimas, mas não representam um fim. Custa-me sim ouvir as palavras dos outros. As palavras de que tudo vai acabar. Já chega. Já sei que me vou embora. Já sei que vou deixar mais uma casa. Já sei que está tudo prestes a acabar. Mas já chega de me lembrar. Deixem-me viver sem o medo de ter um futuro sem as coisas que me fazem feliz. Deixem-me ser feliz por as estar a viver. Não me obriguem a viver as coisas como se fosse a última vez. Vou vivê-las como se fosse a primeira. A primeira de muitas diferentes. Vai tudo mudar, mas não vai acabar. Eu não vou deixar de viver, e não vou deixar de ser aquilo que sou, e não é deste fim que depende a continuação, é de mim, e é por isso que sinto saudade, é por isso que fico triste, mas também é por isso que tenho esperança de que não vou ficar por aí, e que alguma coisa do que aí vem há-de ser bom.
Não posso pensar de outra forma. Pensar de outra forma seria, aí sim, o fim.

sexta-feira, junho 24, 2005

É que ele há cada um!

É simplesmente inacreditável! Passo a explicar:

Será que é assim tão incompreensível alguém ficar chateado porque vai fazer alguma coisa contrariado?
Será assim tão incompreensível não querer fazer alguma coisa e, depois de uma hora a ser-se chateado para fazer essa coisa, se fazer a coisa completamente contrariado?
E o cúmulo acontece quando berram connosco e dizem: "Se nao queres fazer nao fazes, escusas de fazer contrariada!"

Cínicos, é que depois de tanto chatear ainda esperam que me levante da cama com um sorriso de felicidade na cara! É preciso ter lata!

...

É tão fácil olhar para as outras pessoas e sentir que se elas agissem de uma forma que a gente cá sabe, a vida lhes correria muito melhor.Pena é quando não o conseguimos fazer com nós próprios. Ou então quando simplesmente temos medo de o fazer.

quinta-feira, junho 23, 2005

Ser-se honesto magoa

"Desculpa, mas não te quero ver. Tenho medo de ter nojo, tenho medo que esse nojo apague a raiva e me faça sentir pena. Sofri e não fui capaz de esquecer. Todos os dias me envergonho da pessoa que fui e que não reconheço. Todos os dias tenho medo de voltar a ser assim. Todos os dias tenho medo de que ser assim seja quem eu sou. Não te perdoo, não o consigo fazer sozinha. Mas mais do que isso, não me consigo perdoar."

O final


Tenho o prazer de informar o público em geral e a Diana em particular (a pessoa que mais regularmente visita este blog) que, actualmente, a Chaga, não dos Ornatos, mas do gabinete onde anteriormente exercia a minha actividade é, efectivamente, propriedade alheia.
Informa-se igualmente que no meu último dia de trabalho a única coisa que faltou para tornar o dia perfeito foi a seguinte mensagem na porta: "Proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço, nomeadamente à Adriana!"

terça-feira, junho 07, 2005

Merda!!

Se há coisa que eu odeio são computadores lentos!!!!

Pessoas que eu detesto


De muitas e várias personalidades, pessoas e comportamentos que eu detesto, há um, extremamente peculiar e particular que me irrita profundamente. Trata-se, nem mais nem menos, do indivíduo que conseguiu ter um maravilhoso insight na nossa vida. Este indivíduo, fantástico que ele é, descobriu o nosso problema, sabe perfeitamente o que estamos a fazer de errado e o que deveremos fazer para o corrigir. Ora o que é que isto origina? Aqueles espectaculares olhares de coitadinho que nos dão, de relance, especialmente quando lhes dirigimos uma pergunta e estes recusam-se prontamente a responder, ficando apenas a olhar vagamente como quem quer dizer: Meu Deus, abre os olhos! Cuida de ti! E o que é que apetece dizer: RAISPARTAOCARALHO! Mas kék tu keres?! Olha mas é pa tua vida!! FDSS.
A todos vocês com essas tendências: Deixem-se de coisas, quase sempre a vossa vida corre muito pior do que aqueles problemas que querem corrigir nos outros. Façam mas é essa cara ao espelho!
Enfim...

Controlar o quê?

Grande parte das pessoas vive com uma sede incontornável de controlar a própria vida e a vida dos outros. Por mais que existam situações na vida em que os resultados são mais ou menos esperados, nada é uma certeza. Sendo assim, nada é controlável.
Somos capazes de controlar o tempo? Somos capazes de controlar a ocorrência de acidentes? Somos capazes de controlar, por exemplo, um computador? E então a nossa própria vida, por acaso controlamos o que nela se sucede? E os sentimentos, pensamentos e acções? Temos absoluto controlo sobre eles? Antes pelo contrário, racionalmente somos, a maior parte das vezes, controlados por eles. E pergunto-me, como será possível viver assim? Se calhar, quanto mais cedo nos apercebermos disso, mais cedo começaremos a viver.

Tudo isto porquê? Porque me lembrei eu de começar a mandar papaias sobre o controlo? A razão mais óbvia seria, em parte, devido ao descontrolo emocional e "comportamental" que tenho vivido ultimamente. Não posso sequer pensar que chegou altura de me "controlar", até porque sei-me perfeitamente incapaz de o fazer. Tenho muita coisa para resolver primeiro, e mais do que resolver, tenho muito coisa para descobrir, a maior parte dela acerca de mim própria. E nada, mas nada, passará pelo controlo. No máximo, poderá ser um voltar a por os pés no chão, continuando sempre com a cabeça no ar.

Actualizações


Acabei de perder parte do tecto do meu gabinete.

Pela positiva:
- aumentou a superfície para a qual posso olhar quando estou esparramada na cadeira;
- agradece-se a aragem devido às temperaturas extremas que se fazem sentir;
- sempre é uma mudança na decoração do local;
- mais um sítio por onde fugir;
- ainda bem que esta é última semana que cá estou, e isto porque o próximo bocado de tecto pode-me cair em cima da cabeça e sabe-se lá o que mais pode ficar destruído;
- é praticamente verão (ainda faltam alguns dias) e agradece-se o adiantamento no bronze.

Pela negativa: felizmente são só vantagens!

Lamechices

A vida, às vezes, pode, rapidamente, tornar-se um fardo. Principalmente quando a deixamos de viver por nós e começamos a fazê-lo pelos outros. Eu não vivo porque tu estás aqui, mas, simplesmente, gosto da minha vida contigo do meu lado.

quinta-feira, junho 02, 2005

Interrogações

Como é que fazemos para descobrirmos o que se passa connosco? Como é que fazemos para nos voltarmos a sentir normais dentro da nossa pele? Como é que fazemos quando sabemos que a resposta é, inevitavelmente, reflexo do mal profundo que não conseguimos esquecer, da raiva, da mágoa e do orgulho ferido? Como é que fazemos quando duvidamos do nosso valor? Deixamos de fugir daquilo que nos mete medo?